O ato de sugar acontece ainda durante a vida intrauterina, constitui um reflexo de alimentação inato, que visa a ingestão de leite materno, essencial para a sobrevivência do recém-nascido. A presença desse reflexo ao nascimento pode indicar maturidade e boa função neurológica e o mesmo pode ser observado a partir da 29ªsemana de gestação.
Quando o bebê nasce, observamos com muita frequência uma “procura” pelo seio materno, nos dando a impressão que o bebê quer sugar o tempo todo. Este é outro reflexo, o de “busca”, que também garante a sobrevivência do recém-nascido. Quando o bebê é amamentado, ao mesmo tempo em que suga o seio e se alimenta com a extração do leite, também sente prazer em sugar. Concluímos então que sugar é uma necessidade! Alguns bebês tem maior ou menor necessidade quanto ao tempo de sucção. Os que mamam no seio materno normalmente tem um tempo maior e mais frequente de sugadas, diferente dos bebês que fazem uso frequente de mamadeira. Esse tempo de sucção na mamadeira é sempre menor que o tempo de mamada no seio, invariavelmente faz com que o bebê queira complementar o tempo de sucção fazendo uso de dedo, chupeta, paninhos...
E é aí que mora o perigo!!! Objetos inadequados utilizados para sucção podem trazer prejuízos ás estruturas orais, podendo causar alterações na arcada dentária, deglutição, respiração e posteriormente na fala, entre outras alterações. Portanto, para bebês que fazem uso de mamadeiras ou mesmo que mamam no seio e mesmo assim, após a alimentação, sentem necessidade de sugar, o ideal é que se ofereça a chupeta. Mas devemos tomar alguns cuidados para que este acessório traga apenas benefícios para a saúde do bebê. Aqui vão algumas dicas:
• Faça uso de chupetas ortodônticas e observe sempre a indicação na embalagem quanto á idade da criança.
• Se notar que mesmo após a alimentação o bebê ainda quer sugar, ofereça a chupeta. Ele tende a fazer sucções fortes até ter a sua necessidade satisfeita, em seguida a solta. Neste momento a mesma deve ser guardada e não oferecida novamente.
• Não deve estar disponível e á vista da criança, muitas vezes essa disponibilidade é que causa o vício, fazendo com que o bebê fique o tempo todo com ela na boca.
• Evitar prender á chupeta panos e fraldas, pois o peso da mesma, durante a sucção, pode deformar a arcada dentária.
• Mantenha o utensílio higienizado e faça a sua troca conforme a necessidade.
• Deve ser retirada até os dois anos de idade. Nesta fase a sucção deixa de ser uma necessidade fisiológica e passa a se tornar um vício. Coincide com o momento de desenvolvimento da fala e com o nascimento da primeira dentição. O uso continuado neste período pode trazer prejuízos nestas áreas.
Entendemos então que a chupeta pode ser utilizada desde que haja a necessidade demonstrada pelo bebê. Tomando os cuidados necessários quanto à escolha, uso e manuseio, este objeto tão cobiçado pelas mamães pode ser de grande ajuda!!!