Bebê sobrevive a gravidez fora do útero e nasce saudável
Anastasia, uma garotinha que tem pouco menos de um mês de vida, sobreviveu a uma situação raríssima: uma gravidez ectópica. Sem que sua mãe, Evgenia Baturina, 37, soubesse que estava grávida, ela se desenvolveu fora do útero e nasceu com 2,1 Kg, quase a termo, na 36ª semana de gestação, em uma cesárea de altíssimo risco. "Bebê milagre". É assim que ela está sendo chamada.

 

O caso aconteceu em Boguchar, na Rússia. Segundo a médica do Centro Perinatal Voronezh, Tatyana Gushchina, as chances de a criança sobreviver nessas condições é uma em um bilhão. Galina Nikonova, outra médica que atendeu a paciente, disse: "Trabalho como médica há 44 anos, mas esta é a primeira vez que vejo uma criança nascer viva e quase a termo nestas circunstâncias". Segundo os especialistas do hospital, esta foi a 17ª vez registrada no mundo em que um bebê nasceu saudável, depois de sobreviver a uma gestação como essa.

 

Evgenia, que já é avó e tem uma filha de 19 anos e um filho de 6, não desconfiou da gravidez. "Sempre tive barriga. Só achei que ela estivesse um pouquinho maior. Como trabalho de casa, não prestei tanta atenção e ninguém notou", conta. Um dia ela começou a sentir dores abdominais e foi até o hospital, onde descobriu que estava grávida de 33 semanas. No entanto, foi só na cesárea de emergência, três semanas depois, que os médicos descobriram que se tratava de uma gestação ectópica.

 

Quando os médicos descobriram a gestação de Evgenia, não conseguiram ver que era ectópica porque os tecidos que estavam em volta do bebê criaram uma aparência semelhante a de um útero normal. Na 36ª semana, Evgenia começou a sentir muita dor novamente e foi para o hospital, onde perceberam que ela estava com um sangramento abdominal interno. Ela foi encaminhada para uma cesárea de emergência, com alta complexidade - e só na cirurgia perceberam a situação de risco em que a pequena Anastasia se desenvolveu.

 

A operação demorou cerca de uma hora e meia e Evgenia perdeu três litros de sangue durante o procedimento. "Podemos dizer que a mulher teve muita sorte, porque a placenta não afetou seus órgãos vitais próximos, ficou anexa só ao útero. Se ela estivesse ligada ao intestino ou outros órgãos, a cirurgia seria muito mais traumática", disse a obstetra Tatyana Gushchina.

 

Com informações da Revista Crescer