A maternidade é vivida de formas muito diferentes por cada mãe. A fase da amamentação também pode não ser tão simples quanto parece e diversas questões podem estar envolvidas entre a mãe e a criança nesse momento. Entre elas estão questões físicas, emocionais e até técnicas que podem surgir e causar preocupações, ansiedade e, principalmente culpa, durante esse momento da alimentação e nutrição do bebê.
“Gosto de reforçar a ideia de que alimentar é um ato de amor e não apenas amamentar é um ato de amor, já que muitas mães não conseguem desempenhar essa função e isso gera uma grande frustração por entenderem que dessa forma não ocorre uma ligação com a criança. Por outro lado, há mães que escolhem não amamentar”, diz a Dra. Patrícia Junqueira, fonoaudióloga, fundadora e diretora do Instituto de Desenvolvimento Infantil, especialista em avaliação e reabilitação de bebês e crianças com dificuldades alimentares.
Quando a amamentação não acontece por alguma dificuldade que tenha surgido, é importante que a mãe tenha um acompanhamento feito por um profissional que dê o suporte e direcione a melhor forma da criança se alimentar. Alguns problemas mais comuns são:
- Produção insuficiente de leite para nutrir o bebê;
- Pegada incorreta do bebê comprometendo a eficácia da sucção e causando desconforto para a mãe;
- Dor e sensibilidade na mãe, principalmente nos primeiros dias ou semanas;
- Dificuldades emocionais, como o estresse que pode ser causado pela pressão social, os mitos relacionados à amamentação e expectativas pessoais
Segundo dados do Ministério da Saúde, o leite materno é a forma mais eficiente e econômica de combater os índices de mortalidade infantil e de proteger as crianças, já que o aleitamento materno pode reduzir em até 13% a mortalidade em crianças de até 5 anos de idade. Porém, uma pesquisa feita com mais de 5 mil mães brasileiras apontou que 19% não conseguiram amamentar seus filhos.
A especialista ainda reforça que a criança também pode apresentar alguma questão alimentar que a impeça de ser amamentada da forma comum, como dificuldades de deglutição, refluxo, e isso pode ser solucionado por meio de outras opções como alimentação por mamadeira, por sonda. “Por isso, o importante é o cuidado e o amor no momento da alimentação, independente da forma que ela aconteça”, conclui Dra. Patrícia.